Um estudo realizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU) mostra que a cidade de São Paulo continua eminentemente horizontal e mais: casas e sobrados que abrigam atividades de comércio e serviços mantiveram a sua participação na ocupação do território urbano, inclusive nas áreas mais valorizadas. Isso, mesmo em um período de intensa atividade imobiliária.

A análise mostra que 58% da área de terrenos edificados são ocupadas por casas ou sobrados. No centro expandido, área mais valorizada da cidade, esse índice cai para 38%. O surpreendente é a estabilidade desse tipo de ocupação já que em 2003, dez anos antes, a participação era de 40%. E os usos não residenciais em casas e sobrados (bares, lojas, mercados, escritórios etc.) é o grande responsável por essa manutenção ao mesmo tempo em que as casas com uso residencial sofreram queda no período.

Esse processo, no entanto, não é homogêneo, nem mesmo no centro expandido. A pesquisa identificou dois grupos de distritos. O primeiro, que tem como destaques Vila Leopoldina e Lapa, onde a área ocupada por atividades comerciais em casas e sobrados aumentou. São áreas de verticalização relativamente recente que trouxe novas demandas de consumo e, assim, provocou o aumentos dos usos comerciais. O segundo, tendo como exemplos Itaim Bibi, Pinheiros e Vila Mariana, os usos comerciais horizontais caíram. Isso porque a verticalização nessas áreas já são mais consolidadas e avançam não apenas sobre as casas com usos residenciais mas também sobre as atividades comerciais horizontais.

A introdução dos incentivos à fachada ativa, neste sentido, apresenta, a partir dos dados analisados potencial para gerar uma nova dinâmica mais benéfica para a cidade. A demanda por usos mistos, que o presente estudo evidencia ao ressaltar a permanência de comércio e serviços horizontais, poderá se assimilada no térreo das novas edificações. Isso significa, potencialmente, menor pressão sobre casas e sobrados de uso residencial. São condições que poderão permitir a configuração de tecidos mistos acompanhados pela otimização de áreas com infraestrutura, com a presença de casas e sobrados nos bairros paulistanos.

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