27/05/2025

São Paulo e ONU-Habitat discutem uso do Censo 2022 nos Planos Municipais de Saneamento e Resíduos

A atividade ofereceu subsídios técnicos para a elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB) e de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS) da cidade de São Paulo, que está sendo realizada em parceria com o ONU-Habitat.



Compreender quem são e em que condições vivem os moradores de São Paulo é fundamental para o planejamento de políticas públicas mais eficazes. No caso do saneamento básico, informações detalhadas sobre a população — como distribuição territorial, densidade demográfica, renda, acesso a serviços e condições de moradia — são essenciais para identificar desigualdades, mapear vulnerabilidades e orientar investimentos de forma mais precisa.

Com esse objetivo, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) da Prefeitura de São Paulo, em parceria com o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), promoveu, em maio, a Oficina de Dados do Censo 2022 do IBGE. O foco do encontro foi o uso estratégico das informações censitárias na elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB) e de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS) da capital.

O evento reuniu técnicos da Prefeitura, especialistas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e membros do ONU-Habitat para discutir como os dados atualizados sobre população, domicílios e infraestrutura urbana podem subsidiar políticas públicas de saneamento mais eficientes, inclusivas e territorialmente justas.

Durante a oficina, representantes do IBGE apresentaram indicadores do Censo 2022 com recortes territoriais detalhados, oferecendo uma visão aprofundada das características socioespaciais da cidade de São Paulo.

“O Censo Demográfico é uma enorme operação que acontece apenas uma vez por década. Agora, com as oficinas de uso dos dados, a sociedade civil, os governos e os organismos internacionais podem se debruçar sobre as informações para identificar as regiões que precisam de mais atenção” comenta Eugenio Carlos Ferreira Braga, analista na superintendência do IBGE em São Paulo.

Um dos destaques foi a análise das favelas e comunidades urbanas. Entre os pontos abordados, destacou-se o fato de que muitas construções e infraestruturas seguem padrões próprios, diferentes dos definidos pelo poder público e com a falta ou a precariedade de serviços básicos, como o saneamento.

“A oficina foi uma oportunidade valiosa para aprofundarmos a análise dos dados do Censo 2022, promovendo uma troca enriquecedora entre as equipes de desenvolvimento dos planos de saneamento e gestão de resíduos de São Paulo e os técnicos do IBGE, esclarecendo dúvidas e estimulando reflexões metodológicas que qualificarão a caracterização do cenário atual”, destacou Lucas Daniel Ferreira, coordenador de programas do ONU-Habitat e responsável pelo tema do saneamento básico na parceria com a Prefeitura.

A iniciativa integra a parceria sendo desenvolvida entre o IBGE e o ONU-Habitat e contou com o apoio da equipe de dados da instituição, responsável pela execução da produção e análise de dados técnicos dos projetos do ONU-Habitat.

Planos de Saneamento e Resíduos Sólidos – O desenvolvimento do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) e do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS) da Prefeitura de São Paulo é coordenado pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) e pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL), com apoio técnico do ONU-Habitat.

A parceria busca garantir a implementação de um processo participativo e inclusivo, alinhado às necessidades da cidade e às diretrizes de sustentabilidade.

O PGIRS é um instrumento estratégico que orienta as ações do município na gestão dos resíduos sólidos urbanos, promovendo soluções ambientalmente adequadas e socialmente justas.

“O PGIRS irá aprimorar a gestão de resíduos sólidos no município, avançar na destinação ambientalmente adequada e promover a inclusão socioeconômica dos catadores, contribuindo para um sistema mais sustentável e equitativo”, explica Luiz Gustavo Vilela, coordenador de programas do ONU-Habitat responsável pela frente de resíduos sólidos.

Já o PMSB visa assegurar o acesso da população à água em quantidade e qualidade adequadas, por meio da integração entre políticas de saneamento, habitação, meio ambiente, gestão de recursos hídricos, saúde, uso do solo, defesa civil, transparência e participação social.