13/08/2014

São Paulo ganha mais um parklet na Vila Mariana, na zona sul

As plataformas podem ser equipadas com bancos, floreiras, mesas, cadeiras, guarda-sóis, aparelhos de exercícios físicos, paraciclos ou outros elementos de mobiliário, sempre com a função de recreação ou de manifestações artísticas



A cidade de São Paulo ganhou nesta quarta-feira (13) mais um parklet, espaço temporário de lazer instalado sobre vagas de estacionamento em espaços públicos. Pela manhã, o prefeito Fernando Haddad visitou a nova plataforma, instalada pelo Instituto Mobilidade Verde, na esquina das ruas Doutor Oscar Porto e Abílio Soares, na Vila Mariana, zona sul, com patrocínio da construtora Cyrela. O primeiro parklet foi instalado na esquina da rua Padre João Manuel com Avenida Paulista em abril.

“Nós estamos caminhando para São Paulo ser uma cidade sustentável, sob vários aspectos. A cidade que se desenha a partir da aprovação do Plano Diretor tem muito pouco a ver com a São Paulo dos anos 30 para cá. E isso passa por artistas de rua, carnaval de rua, praças WiFi e coletas seletivas. É uma mudança de entendimento do que é uma cidade”, afirmou o prefeito, referindo-se ao contexto no qual a nova plataforma se encaixa.

Os parklets são plataformas que podem ser equipadas com bancos, floreiras, mesas, cadeiras, guarda-sóis, aparelhos de exercícios físicos, paraciclos ou outros elementos de mobiliário, sempre com a função de recreação ou de manifestações artísticas.

Trata-se de uma iniciativa que permite e estimula o uso do espaço público de forma democrática, permitindo que os próprios cidadãos construam seus locais de convívio, melhorando a paisagem urbana e transformando espaços em lugares mais arborizados, com mais equipamentos e mobiliários urbanos, beneficiando ainda um número maior de usuários.

Segundo o presidente do Instituto Mobilidade Verde, Lincoln Paiva , está em estudo a instalação de mais de 100 parklets no próximo ano. “São empresas de todos os tipos interessadas, desde grandes a pequenos comércios”, disse. Para ele, a divulgação da iniciativa é fundamental não só para que mais pessoas saibam exatamente do que se trata, mas para que os custos sejam barateados. O parklet da Vila Mariana custou cerca de R$ 40 mil.

“O paulistano vai ser mais urbano. A gente aprendeu a viver enclausurado e nós temos que cultivar a urbanidade, que significa justamente se apropriar do espaço público com o uso de transporte público, transporte individual não motorizado e mais praças com conectividade”, completou Haddad.

Para a proprietária do restaurante Tenda do Nilo, Olinda Isper, o parklet instalado em frente ao comércio ainda é uma novidade. “Esses parklets são uma grande novidade para mim, que até há pouco tempo não sabia do que se tratava. O melhor de tudo isso é que teremos mais uma área de lazer aqui no bairro”, afirmou a comerciante. Como a plataforma é um espaço público, as mesas e bancos do local não poderão ser utilizadas como extensão do empreendimento.

Moradora do bairro desde a infância, Maria Augusta Lara Meneghel, 33, aprovou o mobiliário. “Temos agora mais um ambiente de integração. Acho que iniciativas como essa são importantes para que as pessoas comecem a usar o bairro de uma outra forma”, disse a professora, que é mãe de três garotos, alunos de uma escola próxima ao parklet.

O fotógrafo Cláudio Meletti, 49, também apoiou a medida. “A cidade precisa de mais espaços como esses, pontos de encontro e de lazer”, disse ele, que é também morador do bairro. “Meus filhos estudam aqui perto e vira e mexe tenho de esperá-los. Talvez agora venha para cá ler um livro enquanto espero”, afirmou.

Instalação

A instalação dos parklets poderá ser de iniciativa da administração pública ou de qualquer munícipe (pessoa física ou jurídica). Os custos referentes à instalação, manutenção e remoção do parklet são de responsabilidade exclusiva do mantenedor. A proposta deverá atender às normas técnicas de acessibilidade, diretrizes estabelecidas pela Companhia de Engenharia e Tráfego (CET) e pela Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU).

Entre as restrições estão, por exemplo, a instalação de parklets em locais onde haja faixa exclusiva de ônibus, ciclovias ou ciclofaixas, ou em vias com limite de velocidade acima de 50 km/h.

O decreto que regulamenta os parklets, de número 55.405, foi assinado no dia 16 de abril de 2014 pelo prefeito Fernando Haddad, no primeiro parklet instalado em São Paulo, na esquina da rua Padre João Manuel com Avenida Paulista.

Fonte: SECOM/ Foto: Heloisa Ballarini/SECOM