30/06/2022

Acervo de plantas de melhoramento viário tem exemplares quase centenários e ilustra a história do planejamento urbano de São Paulo

A planta mais antiga sob a guarda da SMUL é de 1927 e traz informações da canalização do Rio Tietê



Há quase 100 anos, a Prefeitura de São Paulo mantém um acervo de plantas que, a partir de demarcações feitas manualmente, traduz a história do planejamento urbano da cidade. No total, são mais de 350 plantas que estão armazenadas em um grande arquivo de metal sob a responsabilidade da Secretaria de Urbanismo e Licenciamento (SMUL).

Denominadas de plantas de melhoramento viário, elas são mapas que indicam ruas e avenidas da cidade e seus respectivos projetos de alargamentos de vias, canalização de córregos e faixas de recuo em área de declínio. A planta mais antiga é de 1927 e traz informações da canalização do Rio Tietê. Apesar do longo tempo de uso, ela está em bom estado de conservação, assim como o restante do acervo.

Carlos Alberto Preato, técnico da Coordenadoria de Cadastro, Análise de Dados e Sistema Eletrônico de Licenciamento (CASE), manuseia as plantas desde 1978 e conhece profundamente as áreas de melhoramento viário das cinco regiões da capital. Ele explica que elas contam a história de uma época do planejamento urbano quando não existia computador e muito menos sistemas capazes de elaborar mapas digitais. Os técnicos realizavam as demarcações das vias nas plantas à mão. Para identificar logradouros a serem alargados ou córregos que, no futuro, dariam lugar a novas avenidas, eram usadas canetas de diferentes cores para cada traçado no mapa.

“As plantas indicam o desenvolvimento dentro de uma região, como a necessidade de abertura de uma avenida ou outra intervenção que irá beneficiar os habitantes da localidade”, resume Preato.

As definições e parâmetros acerca dos melhoramentos viários são definidos por leis e decretos publicados pela Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB). Quando os dados desses processos são recebidos por SMUL, inicia-se o desenvolvimento dos mapas, que vão apontar as áreas de melhoramentos, assim como, os dispositivos legais da área que receberá a edificação.

A partir de 2014, a Prefeitura passou a elaborar as plantas de melhoramento viário com a ajuda de ferramentas digitais. A meta é, futuramente, digitalizar todos os exemplares atualmente em papel, ainda bastante consultados pelos servidores nos processos de aprovação de edificações na cidade.

Para preservar esses documentos, as plantas de melhoramentos da SMUL são de uso restrito dos funcionários municipais.




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