27/03/2019

Coletivos conectam consumidores da periferia a alimentos orgânicos

Alinhados à proposta do projeto Ligue Os Pontos, coletivos oferecem alimentos orgânicos e contribuem para eliminação dos desertos alimentares em periferias de São Paulo



A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, por meio do projeto Ligue Os Pontos, planeja atuar em parceria com coletivos que priorizam alimentos orgânicos.  Um bom exemplo é a parceria com a Agência Popular Solano Trindade, em Campo Limpo, e Casa Ecoativa, na Ilha do Bororé. Ambos os coletivos influenciam diretamente as comunidades locais, com a perspectiva de impactar quase dois milhões de moradores dos bairros do extremo sul e região sudoeste da capital.

 

 

Armazém da Agência Popular Solano Trindade, atua na periferia e oferece alimentos orgânicos a preços baixos

Entre os vários tipos de distribuidores, a Agência Popular Solano Trindade é uma aliada do projeto Ligue Os Pontos, com abastecimento direto a quase 2 mil consumidores na zona sul da capital. Entre as inúmeras iniciativas, que têm como eixo central a alimentação saudável, a Agência mantém o Armazém Solano, localizado na Rua Batista Crespo, 105, no Campo Limpo.  O Espaço recebe toda semana um carregamento de orgânicos (frutas, verduras, legumes, cereais), que são comercializados na comunidade.

Thiago Vinicius da Silva, um dos idealizadores da Agência Popular Solano Trindade, ressalta a importância dos moradores da periferia compreenderem a vantagens dos alimentos orgânicos “A viabilidade econômica se dá porque tem muita gente aqui, e as pessoas querem consumir o orgânico conforme assimilam as vantagens em comparação com os alimentos que utilizam agrotóxicos. Mais do que acabar com o deserto alimentar, é um investimento cultural e de conscientização, um dos focos da Agência”, afirmou.

 

A Casa Ecoativa, do Bororé, extremo Sul de São Paulo, para ao mundo

Aliada do Ligue Os Pontos, a Casa Ecoativa é um coletivo ecocultural, participativo, transversal e multidisciplinar, que atua em toda a cidade de São Paulo, embora tenha concentração de atividades no extremo Sul da Cidade, onde estão localizados os distritos de Grajaú e Ilha do Bororé, com cerca de um milhão de habitantes.

O coletivo faz a comercialização de cestas de alimentos orgânicos e em 2018 atingiu duas toneladas de produtos cultivados no extremo sul da cidade.

“Quebramos a lenda do orgânico a alto custo. Orgânico não é caro. A logística pensada é que encarece o produto”, diz Jaison Lara, um dos fundadores e participantes da Casa Ecoativa. “Estamos mudando o eixo cultural ao introduzir o alimento saudável. Isso está sendo construído através de convivência, de educação. Nossa atuação está acontecendo junto com as políticas públicas de alimentação para as periferias desta megalópole”, afirma.

Os coletivos são peças fundamentais para o avanço do projeto Ligue Os Pontos.

 

Ligue os Pontos

Objetivo do projeto é fortalecer a cadeia de valor da agricultura local com o uso da tecnologia como ferramenta de integração e coordenação entre as iniciativas e as partes interessadas associadas à cadeia – do setor público e da sociedade civil. A missão é conectar os produtores de alimentos da agricultura familiar na Zona Sul de São Paulo aos potenciais consumidores, evitando que essas áreas cultiváveis sejam tomadas pela urbanização informal e coloquem em risco a segurança hídrica da cidade.

O projeto Ligue os Pontos foi o vencedor do concurso “Mayors Challenge 2016” (Desafio dos Prefeitos), promovido pela Bloomberg Philantropies para a América Latina e Caribe.




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