Entre 2010 e 2022, o distrito da Vila Andrade, na zona sul, foi o que mais recebeu população na cidade: 41.654 novos habitantes no período. Único com mais de 100 mil domicílios em 2010, o distrito do Grajaú, também na região sul, viu a marca ser superada em 2022 pelos distritos Jardim Ângela, Sacomã, Capão Redondo, Jardim São Luís e Cidade Ademar e Sapopemba. Essas e outras conclusões sobre crescimento populacional e de domicílios em São Paulo estão em estudo que acaba de ser publicado pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL). Acesse aqui o Informe Urbano.

O Informe Urbano nº 64 foi elaborado com base na análise e comparação dos dados do Censo Demográfico de 2022 do IBGE com recenseamentos anteriores (2000 e 2010). É possível observar um fenômeno: houve um ritmo reduzido de crescimento populacional, enquanto o número total de domicílios cresceu expressivamente.

Além disso, é possível destacar que as regiões sul e leste permanecem como as de maior densidade populacional, diferentemente do centro expandido, que continua registrando índices populacionais mais baixos.

Sobre os domicílios, é a zona sul que mantém alta quantidade de distritos com mais de 100 mil domicílios. Merecem destaque também distritos do centro expandido, como a Barra Funda, que quase dobraram a quantidade total de domicílios no período analisado.

O objetivo do Informe Urbano é ampliar a compreensão espacial da cidade e seu crescimento, avaliar tendências, contribuir com o debate público e subsidiar a elaboração de outros estudos mais aprofundados a partir do cruzamento com outras bases de dados.

Confira abaixo os principais destaques do estudo:

 

Concentração populacional
A zona sul permanece com a maior concentração populacional. São 2,7 milhões de habitantes nessa região, onde estão localizados os distritos de Grajaú (384 mil/hab.), Jardim Ângela (311 mil/hab.), Capão Redondo (270 mil/hab.) e Jardim São Luís (259 mil/hab.).

Em seguida vem a zona leste com 2,3 milhões de pessoas – em torno de 400 mil pessoas a menos em comparação com a zona sul. Itaquera ocupa o topo da lista de distritos com 210 mil habitantes – 174 mil pessoas a menos quando comparado com a concentração de Grajaú.

A região norte da capital se sobressai em razão do volume populacional do distrito de Brasilândia, que tem quase 250 mil habitantes. Ele é seguido por Jaraguá (211 mil habitantes), Tremembé (196 mil habitantes) e Pirituba (179 mil habitantes).

Na região oeste percebe-se um processo maior de adensamento, tendo em vista que três de seus distritos têm mais de 110 mil habitantes: Rio Pequeno (131 mil/hab.), Vila Sônia (123 mil/hab.) e Raposo Tavares (117 mil/hab.).

Embora o centro expandido apresente crescimento no período pesquisado, frente às regiões mais periféricas da cidade ele permanece como a área de menor concentração populacional. Por volume de habitantes destacam-se os distritos da Saúde (128 mil/hab.), Vila Mariana (127 mil/hab.), Perdizes (102 mil/hab.) e Itaim Bibi (101 mil/hab.).

Confira abaixo o ranking das subprefeituras considerando: 1) população total, 2) domicílios totais e 3) subprefeituras que tiveram aumento (verde) ou redução da população (vermelho) de 2010 a 2022.

 

 

 

 

 

Variação populacional e taxa de crescimento anuais (2010 e 2022)
A cidade de São Paulo está dividida em 96 distritos, administrados por 32 subprefeituras, de acordo com a classificação da Prefeitura

Segundo o novo estudo da SMUL, em 12 anos o distrito da Barra Funda, no centro expandido, teve um adicional de 19 mil habitantes, o que significa um crescimento de 7,28% ao ano. A Vila Andrade, por sua vez, foi o distrito que mais ganhou população em números absolutos: 41.654 novos habitantes no período.

 

População absoluta 2010-2022 

 

Densidade demográfica
Observando o gráfico abaixo, nota-se que os distritos da República (zona central), Vila Andrade (zona sul) e Barra Funda (zona oeste) tiveram crescimento vertiginoso durante todo o período pesquisado (linha vermelha ascendente).

Campo Limpo (zona sul), Rio Pequeno e Vila Sonia (zona oeste), Cambuci (zona central) e Brás (zona leste), representados pelas linhas amarelas, registraram um crescimento contínuo durante o período pesquisado.

Bela Vista (zona central), Vila Medeiros (zona norte), Cidade Tiradentes e São Miguel (zona leste) apresentaram uma queda significativa na densidade demográfica, conforme apontado pelas linhas azuis.

O Município de São Paulo encontra-se em um novo momento demográfico desde 2010, com aprofundamento, em 2022, da tendência de estabilização populacional ou de menores crescimentos, mesmo considerando as dinâmicas internas de expansão nos distritos. Atualmente, o Distrito da República é o mais denso do município, com 253,32 habitantes por hectare e o Distrito da Bela Vista é o segundo, com 221 hab/ha.

 

Domicílios 2000-2010-2022
O dado de domicílios chama a atenção por se contrapor à tendência verificada em relação à população. Houve um expressivo crescimento absoluto no município de São Paulo, que conta com cerca de 5 milhões de domicílios atualmente – 1,4 milhão a mais em relação ao período anterior. Em termos relativos, a taxa de crescimento anual passou de 1,81% a.a., entre 2000 e 2010, para 2,81% a.a., entre 2010 e 2022.

Até 2010, Grajaú era o único que apresentava pouco mais de 100 mil domicílios em números absolutos. Hoje, ele tem cerca de 154 mil e é acompanhado dos distritos Jardim Ângela, Sacomã, Capão Redondo, Jardim São Luís e Cidade Ademar, na zona sul, e Sapopemba, na zona leste, como aqueles que ultrapassam o patamar dos 100 mil domicílios.

 

Curiosidades sobre os dados

A população da subprefeitura de Campo Limpo, zona sul, é similar a população de Cuiabá, capital de Mato Grosso. Somadas, Campo Limpo e Capela do Socorro, têm a mesma população de Guarulhos, segunda maior cidade do Estado de São Paulo. E a população de Itaquera, a maior da zona leste, equivale a população da capital de Santa Catarina, Florianópolis.

 

Texto: ASCOM