18/07/2019

Com o auxílio do Projeto Ligue os Pontos, agricultor obtém 700 mudas para reflorestamento

Vencedor de concurso da Bloomberg Philantropies entre cidades, Projeto incentiva a sustentabilidade socioambiental, evitando que a segurança hídrica da cidade seja colocada em risco



Para recuperar parte da área de preservação ambiental de seu sítio, o produtor Luciano Aparecido dos Santos, 44, retirou, após orientação do Projeto Ligue os Pontos, 700 mudas de espécies nativas da Mata Atlântica na Casa de Agricultura de Parelheiros, oriundas de compensação ambiental da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente.

Luciano é presidente da APRUPAR – Associação dos Produtores Rurais de Parelheiros e Região e suplente da diretoria executiva do Sindicato Rural de São Paulo. Nascido no distrito de Parelheiros, ele é descendente de uma família alemã, que veio ao Brasil em 1829, sendo atualmente a “colônia mais antiga de São Paulo”, de acordo com ele.

O produtor comenta que ele e seu pai possuem quatro propriedades, sendo duas com certificados de orgânico. Nesses locais cultiva diversos tipos de tubérculos orgânicos, como mandioquinha, batata, mandioca, gengibre e açafrão. O comércio é feito com a cooperativa Cooperapas, em feiras, como a do Parque da Água Branca e Moema, e diretamente no sítio.

Apesar da produção de alimentos, o forte de sua família é o cultivo de plantas ornamentais, isto é, plantas que são cultivadas por sua beleza, muito usadas para paisagismo de espaços externos, como jardins de inverno. Além da venda na propriedade, Luciano comercializa para todo o país, por meio de um box localizado no Ceasa de Campinas, interior de São Paulo

Luciano também investe na capacitação de outros produtores. Ele comenta que já conseguiu, por meio do SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, oferecer mais de 20 cursos gratuitos a 300 agricultores.

Uma das propriedades da família de Luciano possui 10 hectares. Além do tamanho, chama a atenção o “tesouro escondido” do produtor – segundo as suas próprias palavras –, que é uma cachoeira. No local também existe um lago, que já se encontrava bastante assoreado na época (há trinta anos) em que a sua família adquiriu o sítio.

Ao verificar o desejo de Luciano de iniciar a recuperação da nascente e mata ciliar de sua propriedade, a equipe do Projeto Ligue os Pontos recomendou ao produtor que retirasse mudas de espécies variadas nativas da Mata Atlântica na Casa de Agricultura de Parelheiros – equipamento pertencente à Secretaria Municipal das Subprefeituras. Ele não pensou duas vezes e obteve cerca de 700 mudas.

“Já plantei uma boa parte. Mas ainda vou precisar de 4 a 5 mil mudas. Desejo que a minha propriedade seja ecologicamente correta”, declara Luciano.

A partir do reflorestamento, sobretudo, próximo às margens de rios, o assoreamento causado pela ação humana é mitigado, evitando maiores danos ao meio natural. O tema está presente, inclusive, no Código Florestal brasileiro, que prevê a preservação permanente das florestas e demais formas de vegetação situadas ao longo dos rios ou de outro qualquer curso d’água, estabelecendo largura mínima para essas áreas ambientais.

“A ideia é tornar a minha propriedade um modelo. Quero mostrar a outros agricultores a importância do reflorestamento ordenado e da proteção das áreas ambientais”, conclui Luciano.

Neste sentido, o Projeto Ligue os Pontos, vencedor do concurso “Mayors Challenge 2016” (Desafio dos Prefeitos), promovido pela Bloomberg Philantropies para a América Latina e Caribe, busca promover a sustentabilidade socioambiental do território rural no sul de São Paulo através do fortalecimento da agricultura local. O Projeto estimula uma economia verde consistente, evitando que as áreas cultiváveis sejam tomadas pela urbanização e coloquem em risco a segurança hídrica da cidade.

Saiba mais sobre o projeto, clicando aqui.




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Comentários

  1. Érico Nunes Ferreira em disse:

    Muito interessante esse projeto “Ligue os Pontos”, que dá suporte técnico aos raros produtores rurais do extremo Sul da cidade. Sou funcionário da Prefeitura de São Paulo, e morador da região de Ermelino Matarazzo, zona Leste. Tenho vontade de fazer um curso técnico em Agricultura ou técnico em Agropecuária, mas na cidade de São Paulo, não há escolas agrotécnicas do governo estadual ou municipal. Se não me engano, a Escola Agrotécnica mais próxima localiza-se na cidade de Jundiaí e é estadual. Talvez esse “SENAR” Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, fosse uma boa opção para o ensino técnico rural, na falta de escolas agrotécnicas aqui na capital. Gostaria que vocês me enviassem o endereço desse “SENAR”, para me informar sobre esses cursos, Obrigado.