08/05/2013

Debate sobre mobilidade urbana reúne diferentes modais

Quarta reunião do processo de revisão participativa do PDE reuniu entidades de ciclistas e pessoas com deficiência até representantes de transportadoras de cargas



Cerca de 300 pessoas participaram da 4ª reunião da revisão participativa do PDE.

Cerca de 300 pessoas participaram da 4ª reunião da revisão participativa do PDE.

Na noite de terca-feira (7), sociedade civil e representantes do poder público se reuniram no Centro Cultural São Paulo para debater mobilidade urbana. Representantes de entidades ligadas a ciclistas, pessoas com deficiência, usuários de transporte público coletivo, pedestres e até transporte de cargas puderam dar suas contribuições para ajudar na construção do novo PDE.

Conduzida pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU), a revisão participativa dos instrumentos de planejamento e gestão urbana será feita em quatro etapas e prevê alterações na Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, Planos Regionais Estratégicos, Código de Obras e legislações complementares. A primeira etapa, de avaliação temática, seguirá até 1º de junho com mais seis encontros.

“Uma metrópole como São Paulo nunca resolverá seus problemas com somente um modal. Por isso, é preciso articular todos, para que cada um cumpra o seu papel”, disse o secretário de Desenvolvimento Urbano, Fernando de Mello Franco, que reiterou a importância da discussão em seu discurso. “Esse é um tema sensível para 100% das pessoas. A mobilidade urbana é um desastre, em níveis diferentes para cada um e, por isso, se há algo que precisa de uma mudança significativa é a mobilidade urbana”, afirmou.

Durante toda a reunião, que contou com uma apresentação dos resultados do Plano Diretor de 2002 e o que aconteceu em sua aplicação na mobilidade urbana, além da aproximação da moradia com o trabalho, foram discutidos também formas para que o paulistano também possa se deslocar com mais eficiência para aproveitar os bens de serviço da cidade.

A priorização do transporte público coletivo, desestímulo ao transporte individual, apoio aos modais não motorizados, como a bicicleta e o pedestre e ainda, logística de cargas na cidade, também permearam o debate.

“Percebemos que estamos gastando nosso tempo para ir de casa para o trabalho e do trabalho para casa, mas não para aproveitar os benefícios de viver em uma metrópole”, disse o diretor do Departamento de Urbanismo da SMDU, Anderson Kazuo Nakano. “Não se deve só priorizar o transporte público, mas desestimular o uso do individual em locais com grande oferta de transporte. Não podemos desperdiçar 20% a 30% da terra urbana, que tem alto custo, em locais onde carros ficarão parados por oito horas”, concluiu.

Entidades de diferentes modais deram suas contribuições.

Entidades de diferentes modais deram suas contribuições.

Entidades
Para o promotor de Habitação e Urbanismo do Ministério Público do Estado de São Paulo, Maurício Antonio Ribeiro Lopes, que participou da reunião da revisão participativa do PDE, o tema da mobilidade urbana é central na construção do novo plano.

“É o tema mais importante dentro desse processo. É preciso que a cidade adote uma saída radical para a questão do automóvel e discuta outros modais. Esse é tema nevrálgico”, afirmou.

O diretor-geral da Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), Thiago Benicchio, afirma que o PDE de 2002 não contemplava os espaços e vias para ciclistas e, por isso, é preciso que se pense na bicicleta não só como lazer, mas como meio de transporte. “Acreditamos que essa é a oportunidade de aplicar a lei federal de mobilidade e além de priorizar o transporte público, também incluir o não motorizado no PDE, o que não foi previsto em 2002. A política de priorizar só o motorizado nos levou a morte, poluição e espalhamento da cidade”, comentou.

Para o secretário-adjunto da Pessoa com Deficiência, Tuca Munhoz, é preciso que no processo de planejamento da mobilidade urbana a acessibilidade esteja presente em todos os modais de transporte. “A mobilidade tem que contemplar a acessibilidade, seja a pessoa com a cadeira na rua, no metrô, no ônibus ou no trem”, afirmou o secretário-adjunto.

Apresentação

Baixe o estudo sobre mobilidade urbana usado no encontro.

Próximo encontro

A revisão participativa do PDE com o segmento dos empresários que aconteceria amanhã (9) foi adiada, com data a definir. O próximo encontro passa a ser sobre Investimentos Prioritários, Planos Regionais e Planos de Bairro, na UNINOVE – Campus Memorial.

Acompanhe a agenda atualizada com todos os eventos. Participe!




Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *



Comentários

  1. Viviana Bosi em disse:

    É muito importante que haja microônibus ou vans que façam trajetos dentro dos bairros em direções transversais, já que as vias estruturais, onde há corredores de ônibus e estações, são radiais. Exemplo: no Butantã, onde moro, não há como ir dos bairros para os outros do lado, por isso se usa muito carro. As ruas são estreitas e tortuosas, e ficariam atravancadas com ônibus. Se houvesse transporte coletivo circular, isso evitaria tantos deslocamentos com carros.