29/01/2018

Educação falha não colabora para ampliar o IDH do município de São Paulo

Apesar do crescimento da escolarização entre 2000 e 2010, estudo da SMUL mostra que a educação ainda é um direito mal usufruído em São Paulo. O pior índice foi registrado na Prefeitura Regional de Parelheiros



A Coordenadoria de Produção e Análise de Informação – GEOINFO da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento – SMUL acaba de publicar um informe urbano sobre o peso da dimensão educação para o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de 2010 em São Paulo e em suas Prefeituras Regionais.

O GEOINFO já havia abordado o tema IDH-M no Informe nº 29, retratando a evolução do índice entre 2000 e 2010. Ao constatar que dentre todas as dimensões, isto é, longevidade, renda e educação, essa última apresentou a maior taxa de crescimento, um estudo mais aprofundado sobre o assunto foi pautado.

Apesar do maior desenvolvimento, a educação, com um valor de 0,725, manteve-se inferior às outras duas dimensões, longevidade e renda, que receberam respectivamente 0,855 e 0,843. As menores taxas desse item estavam distribuídas em 13 Prefeituras Regionais localizadas na periferia do município, que não alcançaram sequer 0,700, com destaque negativo para Parelheiros (0,610). Apenas seis Prefeituras Regionais atingiram o patamar muito alto nesta dimensão, caso da Prefeitura Regional de Pinheiros que, com 0,885, obteve o maior valor da cidade. Veja mais no mapa abaixo:

Os indicadores de fluxo escolar da população jovem (taxas de escolarização e de escolaridade por recortes etários) e de escolaridade da população adulta fazem parte do tema educação do IDH-M. Enquanto o primeiro avalia a população em idade escolar em quatro momentos – crianças de 5 a 6 anos frequentando a escola, jovens de 11 a 14 anos comparecendo aos anos finais do ensino fundamental regular, jovens de 15 a 17 anos com ensino fundamental completo e jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo -, o segundo mede a escolaridade da população adulta pelo percentual de pessoas de 18 anos ou mais com ensino fundamental completo.

Os dois primeiros componentes do fluxo escolar, isto é, crianças de 5 a 6 anos na escola e jovens de 11 a 14 anos no ensino fundamental, foram os que apresentaram melhores resultados. O percentual para o primeiro caso foi de 93%, com nenhuma Prefeitura Regional mostrando índice inferior a 70%. Já para os jovens da segunda categoria, a Prefeitura Regional que mais se destacou foi a de Vila Prudente/Sapopemba, com 73% das pessoas dessa faixa etária exibindo ensino fundamental completo.

Sobre a escolaridade da população adulta com 18 anos ou mais em 2010, 68% possuía ensino fundamental completo em São Paulo. Os maiores indicadores foram alcançados em Vila Mariana e Pinheiros, onde cerca de 90% das pessoas dessa faixa etária haviam completado essa etapa escolar. Em contrapartida, Parelheiros, com menos de 50%, apresentou o pior resultado dentre as 32 Prefeituras Regionais.

O informe urbano da SMUL conclui, basicamente, que conforme se caminha para a periferia os valores da dimensão educação do IDH-M diminuem. O mesmo ocorre ao considerar as faixas etárias mais altas, o que evidencia problemas de acesso e permanência na escola, sobretudo da população jovem, que já deveria ter finalizado o ensino médio ou ao menos estar cursando. A educação na cidade de São Paulo, dessa maneira, ainda não é um meio de desenvolvimento humano, muito menos, um direito garantido a todos.

Clique aqui e confira o novo informe na íntegra




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