Bairro Conectado: Terminal Sapopemba
O distrito de Sapopemba, na zona leste, foi o local da cidade de São Paulo selecionado para receber um dos 22 projetos-piloto que serão desenvolvidos ao redor do mundo para criar bairros mais conectados e saudáveis que melhorem a qualidade de vida e bem-estar das pessoas.
A partir de um convite formulado em 2023 à Prefeitura de São Paulo pela Rede Global C40 Cities, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) integrou-se ao programa global Green & Thriving Neighbourhood (Bairros Verdes e Saudáveis) e iniciou o desenvolvimento do projeto-piloto “Bairro Conectado: Terminal Sapopemba”.
O objetivo do programa da Rede C40 é aplicar os conceitos de “Cidade de 15 Minutos” ou “Cidade de Proximidade” e apoiar as cidades na implementação de projetos sustentáveis e centrados nas pessoas. Ele se concentra na utilização de abordagens de planejamento e desenho urbano como forma de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade de vida, a saúde e o bem-estar das pessoas em nível local.
Em conjunto com a população, a Prefeitura de São Paulo definirá os locais prioritários e as intervenções urbanas necessárias para melhorar as condições de segurança e conforto ambiental nos percursos cotidianos de moradores da região. Entre as ações possíveis estão ampliação e qualificação de calçadas, travessias e conexões entre os espaços livres públicos, áreas verdes e equipamentos sociais (como hospitais, escolas, centros esportivos), buscando, assim, a integração entre eles e a apropriação do bairro pelos moradores e usuários em geral.
Para o desenvolvimento desse projeto, a premissa de “Cidades de 15 Minutos” será aplicada à realidade de Sapopemba. A iniciativa busca qualificar e articular os percursos urbanos, bem como os espaços públicos de convívio e permanência nas centralidades locais, notadamente aqueles que constituem os locais de prática da vida cotidiana da população, como calçadas, ruas, escadarias, passarelas, praças e outras áreas verdes ou de lazer.
Processo Participativo
Etapa 1
Consulta Pública
Foi disponibilizada no site Participe Mais, entre os dias 11 de março e 12 de abril, uma consulta pública em formato de questionário, com o objetivo de compreender o perfil dos munícipes que moram e frequentam os bairros ao redor do Terminal Sapopemba. As questões buscavam entender as formas de deslocamento na área de estudo, os trajetos e meios de transporte utilizados para locomoção até equipamentos, áreas públicas e espaços de comércios e serviços essenciais. Além disso, pretendia-se avaliar a qualidade das áreas livres e dos espaços públicos, visando identificar problemas e potencialidades na área de estudo. O questionário também foi aplicado por meio de uma plataforma de formulário on-line e em versão física, disponibilizada na Oficina Participativa e na Subprefeitura de Sapopemba. Acesse aqui a consulta pública.
Oficina Participativa
No dia 06 de abril, a SMUL realizou uma Oficina Participativa no CEU Jardim Sapopemba. Foi feita uma apresentação do projeto, seguida de um mapeamento colaborativo elaborado pela população com a mediação de técnicos da secretaria. O objetivo dessa oficina era mapear locais, trajetos, áreas livres e espaços públicos relevantes na região e apontar melhorias associados a esses locais.
Reunião com o Conselho Participativo Municipal (CPM) de Sapopemba
No dia 22 de junho a SMUL fez um informe do projeto na Reunião Ordinária do CPM de Sapopemba. O informe consistiu em uma apresentação do projeto e explicação das etapas concluídas e dos próximos passos, com o objetivo de mobilizar a população e engajamento nas próximas etapas de participação social.
Devolutiva da Etapa 01 do Processo Participativo
Com o objetivo de consolidar as contribuições coletadas durante a fase inicial do processo participativo do projeto-piloto “Bairro Conectado: Terminal Sapopemba”, foi elaborado o “Relatório Síntese da Etapa 01”. Este documento reflete o compromisso do projeto em promover a participação social e a transparência nas iniciativas de desenvolvimento urbano.
A Etapa 01 do processo participativo contabilizou um total de 1.697 contribuições. Tanto as informações coletadas junto à população na oficina quanto as respostas coletadas pela consulta pública online encontram-se sistematizadas no Relatório.
Acesse:
Relatório da Etapa 1 do Processo Participativo
Por que o distrito de Sapopemba?
A Coordenadoria de Planejamento Urbano (Planurb), da SMUL, responsável pelo projeto, formulou uma metodologia específica para a definição do distrito que participaria do projeto global. Ela está alinhada a intervenções urbanas de escala local e a uma combinação de indicadores ambientais, urbanísticos e sociais capazes de apontar territórios da cidade de São Paulo com maior emergência para recepcionar o projeto.
Para isso, o ponto de partida foram os Perímetros de Ação dos Planos Regionais das Subprefeituras elaborados entre 2015 e 2016 e que deram origem ao Decreto nº 57.537/2016. Também foram observadas as seguintes condições:
-
Ocorrências de Ilhas de Calor – Sapopemba é considerado um dos distritos da cidade com temperaturas mais elevadas. No Plano de Ação Climática do Município de São Paulo (PlanClimaSP 2020-2050) algumas áreas da região registraram altos índices para risco climático.
-
Presença de Modais de Transporte – Os meios de transporte de média e alta capacidade são essenciais para a realização das atividades diárias. Eles facilitam o acesso a serviços fundamentais, como saúde, educação, cultura e lazer, mas tendem a ser menos acessíveis em regiões periféricas como é o caso de Sapopemba.
-
Centralidades Urbanas de Escala Local – Para a realização das atividades cotidianas em um curto período, é necessário que o espaço urbano promova a instalação de atividades de comércio, serviços e equipamentos públicos e privados. O distrito de Sapopemba tem centralidades com potencial de serem fortalecidas.
-
Presença de Alta Vulnerabilidade Social – Utilizou-se o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS) para identificar territórios cuja vulnerabilidade social é alta, com o objetivo de incentivar melhorias urbanísticas para os espaços públicos desses locais. No caso de Sapopemba, existem muitas localidades com vulnerabilidade social alta e muito alta.
Considerando esses critérios, os Perímetros de Ação ID 311 Teotônio Vilela, associado ao ID 312 – Avenida Sapopemba – Parque Zilda Arns, localizados na Subprefeitura Sapopemba, emergiram como referência para a escolha da área mais adequada para receber o projeto-piloto.
É importante destacar que o projeto “Bairro Conectado: Terminal Sapopemba” tem como objetivo desenvolver parte das diretrizes contidas nos Perímetros de Ação 311 e 312, como melhorar a acessibilidade e mobilidade local e qualificar os espaços livres públicos. Um ponto em comum entre os dois Perímetros de Ação é o Terminal Sapopemba, importante infraestrutura de mobilidade e conexão da região.
Por conta do escopo do projeto, ou seja, trabalhar com o conceito de “Cidade de 15 Minutos”, foi definida uma área de estudo, considerando os deslocamentos feitos a pé com duração de 15 minutos a partir do Terminal Sapopemba.
Etapas do Projeto
Em consonância com a Política de Desenvolvimento Urbano de São Paulo, delineada no Plano Diretor Estratégico de São Paulo (PDE) e nos Planos Regionais das Subprefeituras (PRS), o projeto “Bairro Conectado: Terminal Sapopemba” busca fortalecer a escala local mediante a elaboração de intervenções que fomentem a mobilidade ativa e promovam a qualificação dos espaços públicos, com o enfoque na criação de ambientes urbanos orientados para as pessoas, o clima e a natureza.
Para que os resultados sejam coerentes às demandas da população, o projeto será construído coletivamente a partir de um processo participativo colaborativo. Esse processo envolverá ativamente a população, a Subprefeitura e os principais Conselhos da região durante a elaboração do projeto.
Diagnóstico
O Diagnóstico Urbanístico-Ambiental Preliminar é o primeiro produto do projeto Bairro Conectado: Terminal Sapopemba, cujo principal objetivo é descrever a situação atual da região, elencando suas principais problemáticas e desafios. Além disso, também tem o propósito de subsidiar a construção do Diagnóstico Participativo, conjuntamente com a população com o avançar do processo participativo.
Para acessar a íntegra do Diagnóstico Urbanístico-Ambiental (versão acessível), clique aqui
Para acessar a íntegra do Diagnóstico Urbanístico-Ambiental (versão sem acessibilidade), clique aqui
O que já foi feito?
Em setembro de 2023, a equipe da SMUL realizou uma visita técnica na região para apresentar à Subprefeitura de Sapopemba o escopo do projeto e vistoriar localidades com potencial de intervenções, reforçando a necessidade de parceria entre a Secretaria e a Subprefeitura para o desenvolvimento da proposta.
A visita, além de representar uma aproximação com o território de Sapopemba, buscou analisar os equipamentos públicos, as barreiras físicas (principalmente pela presença dos dutos da Transpetro e da Adutora do Rio Claro, de responsabilidade da SABESP) e o estado de conservação das calçadas, passeios públicos, escadarias, ciclovias, parques, praças e áreas livres de convivência.
Em novembro de 2023, dando continuidade ao projeto, a SMUL apresentou a parceria com a Rede C40, o escopo e a temática do projeto aos representantes do Conselho Municipal de Política Urbana (CMPU).
Em dezembro de 2023 realizou-se uma reunião com representantes da SMUL, da Subprefeitura de Sapopemba e dos principais Conselhos da região, incluindo o Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CADES) Sapopemba, Conselho Participativo Municipal (CPM) Sapopemba e Conselhos Comunitários de Segurança (CONSEG). O principal objetivo da reunião foi apresentar e disseminar o projeto na região.
O primeiro relatório técnico desenvolvido pela SMUL/PLANURB para o projeto foi o Diagnóstico Urbanístico e Ambiental, que o tem o objetivo de descrever a situação atual da região, elencando as principais problemáticas e desafios da localidade.
Este diagnóstico subsidiou a construção do diagnóstico participativo, iniciado em março de 2024 através da Etapa 01 do processo participativo. Entre os dias 11 de março e 12 de abril de 2024, a Prefeitura disponibilizou uma consulta pública na plataforma “Participe+” para recolher sugestões de melhorias para a região. A Etapa 01 do processo participativo contou também com uma oficina presencial, realizada no dia 6 de abril de 2024 no CEU Sapopemba, onde a Prefeitura recebeu da população propostas de melhorias.
Identificados os principais problemas e potencialidades da região, a próxima etapa do processo participativo (Etapa 02) consistirá na priorização do espaço que receberá a intervenção, bem como na construção coletiva de propostas para este local. A Etapa 2 também contemplará a participação da comunidade local, tanto na priorização dos espaços públicos que carecem de qualificação urbanística e ambiental dentro da área do projeto, quanto na concepção de propostas.
*Essa página será atualizada sempre que nova etapa do projeto for concluída.